Os alunos do 6º Ano do Ensino Fundamental II, orientados por seus professores, refletiram, desde o início do ano letivo, sobre o autoconhecimento, um olhar carinhoso para sua própria história de vida.
E, como atividade prática, desenvolveram o “Museu do Eu” no dia 17/04/2024, no auditório da escola. Todos os alunos apresentaram um pouco da sua história através de objetos e fotografias. Uma exposição marcada por fortes sentimentos e emoções.
Na oportunidade, agradecemos aos familiares pela contribuição de sempre. Escola e Família: parceria de sucesso!
Direcionar o olhar para o nosso “EU”, para a nossa vida, é cada vez mais raro, em especial no contexto atual, no qual, inseridos em diversas redes sociais, somos bombardeados por pequenos fragmentos das vidas de outras pessoas. Assim, nosso olhar vive treinando a observação da vida do outro, mas pouco ou quase nada se movimenta para olhar para dentro, para o nosso “EU”.
No entanto, quando nos percebemos fazendo esse movimento, o que muitas vezes observamos é que vivemos em um estado constante de autojulgamento e autodepreciação. Ou seja, quando buscamos olhar para nós mesmos, muitas vezes, podemos nos questionar se somos bons o suficiente, se somos merecedores da felicidade, do amor, se somos fortes ou fracos, bons ou ruins, bonitos ou feios, capazes ou incapazes… E, emergidos em críticas, nos esquecemos de adotar ações de autoconhecimento, autoconsciência, autogestão, autocuidado, autoestima e autocompaixão.
O excesso de críticas e os julgamentos impedem que as pessoas façam uma avaliação positiva do seu “EU” e, muitas vezes, elas constroem uma imagem que valoriza e focaliza apenas suas fraquezas e fragilidades. É verdade que somos seres imperfeitos, temos fraquezas, fragilidades, pontos a melhorar e aperfeiçoar, e tudo bem!
Mas também somos pessoas com forças, virtudes, talentos e potencialidades.
Nessa perspectiva, quando trabalhamos com alunos que se veem apenas como fracos, sem talentos e potencialidades, essas crenças sobre eles podem ter impactos consideráveis no processo de ensino-aprendizagem.
O aluno que não tem confiança no seu potencial pouco se empenhará para se desenvolver, conhecer, fazer, ser e conviver. Ou seja, a imagem que ele tem sobre si mesmo impactará nas suas atitudes e nos seus comportamentos.
Essa não é uma característica exclusiva de crianças e adolescentes, nós, adultos, também somos muitas vezes dominados pela falta de autoconfiança. Você já parou para refletir sobre quantas ideias criativas são perdidas, por exemplo, no trabalho, quando a pessoa não se sente segura para expressá-la em voz alta?
Quantas inovações deixamos de promover dentro da escola, inseguros das nossas habilidades para conseguir implementá-las?
Para desenvolver a autoconfiança, é importante buscar o autoconhecimento e a autoconsciência, e é por isso que devemos seguir a recomendação de Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo” e promover práticas concretas de ensino-aprendizagem que oportunizem o desenvolvimento de competências socioemocionais, em especial, o autoconhecimento e a autoconsciência.
Silvana – Professora de Socioemocional – Eu no Mundo